Tem uma área de cerca de seis mil metros quadrados e vai permitir aumentar o conhecimento técnico-científico de toda a fileira dos pequenos frutos, com particular destaque para a cultura do mirtilo. Trata-se do Campo Experimental de Pequenos Frutos, propriedade da Agim, e que foi oficialmente inaugurado a 13 de setembro de 2013.
Localizado no centro de Sever do Vouga, o Campo Experimental é uma fonte de investigação e um instrumento de trabalho que permite a realização de ensaios e experiências que produzam conhecimento para toda a fileira dos pequenos frutos, em especial para o mirtilo. Através deste aumento de conhecimento técnico e científico, espera-se que se encontrem soluções e respostas para alguns dos problemas das culturas dos pequenos frutos, além de poder ajudar técnicos e produtores nas suas tomadas de decisões quanto à eleição das cultivares, dos compassos a adotar, do sistema de produção, do tipo de rega, dos materiais a utilizar, do tipo de fertilização, dos tratamentos fitossanitários a realizar e das práticas culturais a adotar.
Outra finalidade deste Campo Experimental, de sentido mais amplo, passa por contribuir para o aumento da produtividade e melhoria da qualidade dos pequenos frutos a nível nacional, dando uma melhor resposta às necessidades dos agricultores a nível do aconselhamento e do apoio técnico.
Atualmente, o Campo Experimental é constituído por 19 variedades de plantas de mirtilo, divididas entre variedades do Norte, Sul e Rabbiteye, distribuídas nos diferentes compassos de plantação (0,75m, 1m, 1,25m e 1,50m) em três repetições.
Existe ainda uma secção onde estão plantadas groselhas, framboesas, amoras e morangos.
Como objetivos específicos o Campo Experimental pretende desenvolver um estudo das fenologias e produtividade relacionadas com os dados climáticos do local, das diferentes cultivares nos diferentes sistemas de produção (na cultura ao ar livre, no solo e em vaso; e na cultura em túnel, também no solo e em vaso), estudo das condicionantes da produtividade (sistema de produção, compasso, rega, fertilização, poda, tratamentos fitossanitários e práticas culturais), saber eleger as cultivares que melhor se adaptam a cada região de acordo com as suas condições edafo-climáticas, obter soluções para o controlo de pragas e doenças respeitando o meio ambiente, melhorar as práticas culturais e otimizar os recursos energéticos dando o privilégio às energias renováveis.
Deste modo, os técnicos da Agim investigam o efeito do comportamento varietal através do estudo do ciclo fenológico. O estudo da fenologia consiste na avaliação da duração de cada estado vegetativo durante todo o ciclo cultural de cada planta. Neste ponto, será analisada a fenologia das plantas face ao local onde se encontram (Sever do Vouga) com variedades já adotadas e outras por implementar, caso de novas variedades de Norte, Sul e Rabbiteye. Os técnicos efetuam registos semanais de cada estado nas diferentes variáveis do campo (cultura ao ar livre e protegida), a iniciar no estado gomo de inverno através de uma amostra aleatória de todas as variedades. Em cada uma dessas plantas é selecionado um ramo para observação, que estará devidamente identificado.
Também está a ser feito o estudo do ciclo produtivo através da realização de uma colheita semanal por planta, procedendo-se ao registo das respetivas datas com o objetivo de determinar o número de dias necessários para a colheita de todos os frutos de cada variedade.
O efeito do compasso também é alvo de experiências neste campo e os técnicos da Agim estudam a produção em diferentes compassos. Para tal, está a ser quantificado o total de produção por cada planta nos diferentes compassos, com a pesagem de todos os frutos colhidos por planta. É também verificado o calibre do fruto através da pesagem de uma amostra de 50 frutos por planta, para cada uma das variedades, nos diferentes compassos, para determinar o peso médio de cada fruto de cada variedade em função do compasso. Por fim, é feita a verificação do grau Brix para cada variedade nos diferentes compassos, para uma amostragem de 20 frutos.
Por fim, está a ser feita a monitorização de infestantes e de pragas e doenças através da implementação e monitorização de armadilhas (cromotrópicas e de feromonas) e do estabelecimento de Estimativa de Risco NEA.
Visitas ao campo Experimental
O Campo Experimental de Pequenos Frutos da Agim está aberto para quem o pretenda visitar. As visitas, que podem ser individuais ou para grupos, são sempre acompanhadas por um técnico da Agim que faz a visita guiada ao Campo Experimental e dá todas as explicações necessárias. Pode marcar a visita ao Campo Experimental de Pequenos Frutos da Agim através do e-mail eventos@agim.pt.